O QUE É O BRAINSPOTTING?

É uma nova forma de terapia que funciona ao identificar e processar as fontes neuropsicológicas de dor física/emocional, de trauma e de outros sintomas.

Pode ser uma forma simultânea de diagnóstico e tratamento, podendo ser intensificada com um estímulo bilateral alternado (sonoro ou táctil). O som bilateral aumenta a capacidade de processamento do cérebro, estimulando alternadamente cada hemisfério cerebral: o direito mais criativo e emocional, o esquerdo mais lógico e racional.

O Brainspotting lida com o cérebro “profundo” e com o corpo mediante o acesso directo aos sistemas autónomos e límbico do sistema nervoso central. Portanto, consegue alcançar experiências e sintomas que normalmente estão fora do alcance da mente consciente e da sua capacidade cognitiva e linguística.

Na maioria dos casos, o indivíduo traumatizado não tem a oportunidade nem o apoio necessários para processar adequadamente e integrar esses acontecimentos traumáticos da vida. A experiência traumática então passa a formar parte desse “reservatório de trauma” do indivíduo. O corpo e a psique não conseguem evitar ser afectados pelos aspectos físicos, energéticos e emocionais advindos dessa carga acumulada de trauma.

O Brainspotting desarma o trauma, o sintoma, a perturbação somática e as crenças disfuncionais, embora sendo capaz de oferecer contenção e controlo ao paciente.

Um “brainspot” – um ponto específico no cérebro – é um subsistema fisiológico que armazena a experiência emocional perturbadora. Esse tal ponto cerebral tem correspondência com uma posição ocular e está relacionado com a activação energética/emocional de um tema perturbador.

Quando se estimula um brainspot, o cérebro profundo sinaliza reflexamente ao terapeuta que uma área significativa foi localizada. Isso normalmente acontece fora da consciência do cliente. Há uma multidão de respostas reflexas, incluindo movimentos rápidos dos olhos, “congelamento” do movimento, piscadas, dilatação ou constrição da pupila, tiques faciais, engolir, bocejo, tosse, movimento da cabeça ou do corpo, sinais da mão ou do pé, etc. Os sinais reflexos são indicadores poderosos de brainspots ou pontos cerebrais.

Desta forma, o brainspot pode ser encontrado e estimulado mantendo a posição do olho do cliente enquanto este se focaliza na experiência sensorial do sintoma ou do problema que se está a trabalhar na terapia.

A manutenção desta posição ocular ou brainspot estimula um processo profundamente curativo dentro do cérebro, que resulta num descondicionamento de respostas emocionais e fisiológicas mal-adaptativas que foram condicionadas anteriormente.

A perturbação de determinado trauma é activada e localizada no corpo, o que permite ao terapeuta localizar os brainspots através dessa tal posição do olho.

O Brainspotting pode ser aplicado tanto à perturbação quanto ao estabelecimento e fortalecimento de recursos positivos desejados pelo paciente.

O Brainspotting (BSP) é uma técnica consequente de outra, que também utiliza os movimentos oculares como base para tratar as questões psicológicas: o EMDR (sigla em inglês para Dessensibilização e Reprogramação por Movimentos Oculares). Contudo, enquanto o BSP trabalha com o olhar num ponto fixo, o EMDR trabalha com movimentos oculares no sentido direita-esquerda. Estas são psicoterapias neurobiopsicológicas que visam a autorregulação fisiológica e emocional do ser humano.

Adaptado de Brainspotting Iberoamerica